domingo, 18 de julho de 2010

Eu não sei...

O contra tempo me pegou. Agora, dentro de mim se resguarda leves camadas cordiais de gotas de orvalho onde nada mais são que desmancháveis não saliente, me tocam, me tocam na carne e me deixam imune no espírito. Deixa-me indecisa. Sinto-me imersa a sentimentos sentimentos? O que estou sentindo. Eu não sei, eu queria voltar mas o tempo não deixa, na verdade é tudo um acumulo de faz-não-faz, de indecisão. Eu preciso do passado pra me explicar, pra me sentir melhor, talvez como me sentia na época. Eu não sei se era bem ou mal, mas que era melhor que agora. Sinto-me vazia, vazia de tudo. Sinto-me sozinha, sem ninguém. Sinto-me muda, sem voz pra gritar o que eu queria dizer ao mundo quem sou, o que deixo de ser, o que fiz de errado, do que me recuperei. Eu mudei, é, mudei. Não sou mais quem era, talvez por isso o tempo não pode ser como estava. Sentia-me refugiada, num jardim ímpio de maldade, num lugar dourado, parece que anjos me tocavam, me curavam de um coração ferido de amores, paixões derrotadas, de vontades impedidas. Eu me sentia consistente, é, essa palavra. Eu tinha um interior, talvez bom ou ruim, mas lá tinha algo que bastava que mudasse, que revolucionava, que me fazia viver. Agora não, estou vazia, sem nada por dentro, sinto só um vento para lá e para cá dentro de mim, eu não sei.

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