quarta-feira, 21 de julho de 2010

O que é a vida?

Respirar, inspirar. Isso é a vida? Para os funestos, com certeza. Um coração freqüentemente em movimento e pulsando? Certamente isso se encaixa para os ínfimos. Ou uma passagem onde você deve deleitar ao máximo sem se importar com conseqüências? Isso diriam os pueris. Um cotidiano infernal sem finalidade? Poderiam afirmar assim os mals sucedidos. Uma fase obrigada a ser vivida aonde só nos resta sofrer para sempre? Debilitados que o digam!
A vida é sem dúvidas, muito mais que qualquer coisa dita! A vida é um milagre, um fato sobrenatural, um acaso do caso, é algo que ultrapassa o miraculoso, uma caixinha de surpresas extraordinária, o livro que resguarda o impossível, é uma raridade concedida a nós. E mais, é quem nos ama mais que muitos, que nos guarda, é ela que nós faz sorrir de relance quando o nosso coração murcha, é ela que nos mostra a razão da verdade, quando eu deito sem rumo, ela me faz acordar com inúmeros caminhos a escolher. É um espetáculo surreal de estrelas que falam, sentem, conversam conosco, nos fazem sentir, que nós resgatou para estar com elas durante sempre. É uma cama que nos aconchega, nos conforta. A vida merece gratidão. Um extenso muito obrigada com todas as letras maiúsculas e douradas seria nada para ela. Ela é grandiosa, magnífica, e ao mesmo tempo singela. É perfeito como ela consegue se alterar. Ela sabe nos ensinar, curar. Ela é médica e psicóloga. Mãe e arquiteta. A vida é uma artista, ou bem dito, a própria arte. É uma viagem sem fim,é, perpetua e eterna. Ela é uma gloriosa oportunidade. Aonde você pode mais que intensamente sentir. Sentir? Sim, sentir, e só quem sabe sentir, sabe viver, e só quem vive, tem a vida nas suas mãos, como aliada para derrotar inimigos, como amiga para te erguer um sorriso consistente nos momentos árduos, como mãe pra te curar quando alguém que apenas existe te machuca. A vida é aliada do tempo, por isso, ele sempre te recupera junto dela. A vida é poderosa, ela pode fazer de mim maior do que eu imagino ela pode me colocar num palco sem experiência, mas dali surgir uma nova estrela. Ela é o imprevisível do previsível. A vida é inspiração para viver. A vida é aquilo no que penso quando meu intuito, meu foco é desistir. A vida é motivação. A vida não se resume no que é sublime, ela se resume no singelo também. A vida pode ser a experiência de ser feliz. Porque quando sou obrigada a me deparar com decepções, eu começo a apreciar a singeleza, me afundar em filmes, em considerar a solidariedade alheia, em dizer um ‘’muito obrigado’’ á alguém especial, em sorrir e me alegrar por ver meu pai desenhando minha face com um pingo de tinta e um papel. Em, simplesmente perceber que eu estou aqui, viva, junto de quem amo. E então, vem a vida, divina, me mostrar o que é esplêndido e encantador, assim como aquelas, só que diferentes. A vida é complexa. Cheia de ‘’se’’, de ‘’quando’’,de ‘’talvez’’ mais transborda certezas, só basta você perceber. A vida é uma escola, aonde as matérias principais são: felicidade, decepção, tristeza, e incertezas. A vida é algo que não se deve desperdiçar jamais, que deve se aproveitar, corretamente. Não se arrepender do ontem, cuidar do hoje, e deixar com que o amanhã pertença a ela. Mas apenas que ama vive, o resto, apenas existe.
A vida é a mão de Deus mexendo conosco.

domingo, 18 de julho de 2010

Eu não sei...

O contra tempo me pegou. Agora, dentro de mim se resguarda leves camadas cordiais de gotas de orvalho onde nada mais são que desmancháveis não saliente, me tocam, me tocam na carne e me deixam imune no espírito. Deixa-me indecisa. Sinto-me imersa a sentimentos sentimentos? O que estou sentindo. Eu não sei, eu queria voltar mas o tempo não deixa, na verdade é tudo um acumulo de faz-não-faz, de indecisão. Eu preciso do passado pra me explicar, pra me sentir melhor, talvez como me sentia na época. Eu não sei se era bem ou mal, mas que era melhor que agora. Sinto-me vazia, vazia de tudo. Sinto-me sozinha, sem ninguém. Sinto-me muda, sem voz pra gritar o que eu queria dizer ao mundo quem sou, o que deixo de ser, o que fiz de errado, do que me recuperei. Eu mudei, é, mudei. Não sou mais quem era, talvez por isso o tempo não pode ser como estava. Sentia-me refugiada, num jardim ímpio de maldade, num lugar dourado, parece que anjos me tocavam, me curavam de um coração ferido de amores, paixões derrotadas, de vontades impedidas. Eu me sentia consistente, é, essa palavra. Eu tinha um interior, talvez bom ou ruim, mas lá tinha algo que bastava que mudasse, que revolucionava, que me fazia viver. Agora não, estou vazia, sem nada por dentro, sinto só um vento para lá e para cá dentro de mim, eu não sei.

sábado, 10 de julho de 2010

Amar.

Amo sapatos. Amo chocolate. Amo saias de cintura alta. Amo cantar. Amo escrever. Amo ligar pra minha amiga durante horas. Amo pintar a unha de rosa. Verdade? Mentira! O que essas soltas palavras e indubitáveis frases têm em comum? O verbo amar. E o próprio, em todas essas frases está banalizado.
Amar não é só um verbo, quando proferido de lábios, ele se torna os mais mavioso sentimento, o mais imaculado trejeito de transmitir o que você quer que seja invisível, que traga a pessoa amada leves ondas cordiais de sentimentos imersos, que a traga vernáculos sorrisos de um coração flácido recuperado. Mas esse significado distinto, por nossa pura negligência, se tornou trivial, é o significado sólido de palavras medíocres, que passam por ordinárias e martelam na cabeça dos sábios quando ditas com o coração vazio de amor, algo que não se salienta que deita e dorme sem medida, que planta e fica sem crescer, que abre e fecha e não enche, que existe mais não vive.
O amar é o complemento implícito do sentimento, não a partícula principal. Mas é isso que tá se tornando. O amor não se pratica, ele é involuntário. Não se faz sentir, se sente por quê sim! Não se força existir, ele nasce e vive dentro de nós como se fosse nós. Não se deve falar eu te amo, porque ele que fala por nós.
E esse amor, não revive, não diminui, não cai, não morre, não duvida, ele até pode arder, cortar, chorar, mas ele amadurece, apenas cresce, usufrui, tritura, luta, escapa, faz existir, mas sempre vive por dentro de quem o sente, e vive pela pessoa que o sente. O amor nos domina, mas nós não dominamos o amor. É isso que você sente pela pessoa que conheceu ontem?
Amar se resume em uma palavra triturada pelo sentimento mais complexo e forte do mundo, um sentimento perpétuo que se aflora e ali mora.