terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

A menina e a cabeça nos seus braços

Acho que não existe coisa mais cotidiana do que a locomoção! Pois é, pelo menos pra mim, e antes a minha locomoção principal era nada mais do que o ônibus. Sim um cubículo lotado, onde nos dias de verão eu cozia. Como se tudo isso não me bastasse, tinha na maioria das vezes a infelicidade de ou ceder um lugar a pobre velhinha, ou, realmente me segurar ou melhore dizendo, me pendurar em um imundo cano!
Teve certa vez, que entrei no ônibus, ultra cansada, pra variar, lugares lotados, odores terríveis, calor infernal. Tive que então me segurar em um cano, ao lado de um colega dormindo, e babando. Aquilo foi trágico. Pois bem, o motorista com todo seu carinho e amor ao volante e ao freio, deu AQUELA curva e AQUELA freada, assim, do nada. Tudo bem, estaria tudo bem, se de repente, não surgisse uma cabeça nos meus braços, é, o sujeito dormindo veio para no meu colo, e ainda por cima, não acordou. Acho que atitude mais passiva que a minha não haveria, simplesmente joguei a cabeça de volta ao lugar, sem pena nem piedade, é, joguei mesmo, literalmente. Ai sim, o desajeitado veio a acordar e disse nada mais que: Oh, desculpa. Preferi ficar calada. Ok, já tinha tido a má sorte do dia, pensei que tudo iria estar bem, mas não, não terminara...
Alguns minutos depois, o cara já estava no sétimo sono novamente, sem problemas. E eu ali do seu lado, não via a hora de descer daquilo e chegar na minha casa, e não ter que dar uma de babá de marmanjo. E então, o querido e delicado motorista fez o favor de dar AQUELA freada, novamente, e dessa vez além de quase voar pendurada pelo cano, não caiu somente a cabeça do colega no meu colo e sim a cabeça e o tronco. Segurei a ‘’criança’’ com toda a força que tinha e até com a que não tinha e depois de me recompor arremessei-o na sua poltrona, o melhor de tudo é que todo o povão do ônibus ria da minha cara, todo o povo do ônibus, eu não tinha e nem sabia onde enfiar minha cara, ainda bem que meu ponto era o próximo.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

O diário de Graziela.

Graziela era uma menina comum, poderia até ser datada de ''sem sal'', ia a escola, estudava, e como a maioria das garotas daquele tempo, tinham um diário.
Talvez pelo simples fato de não possuir muitas amigas, Grazi se expressava, contava as tristezas, explodia as felicidades e desabafava de tudo, ali, naquele mero diário.
Nunca me atrevi a abri-lo sem que ela soubesse dessa, mas houve tal dia, que não me conti, via ela, triste, com algumas lágrimas que desciam ligeiramente de seus olhos verdes escuros, então, foi ai que me dei conta que ja estava o lendo.
E lá estava escrito assim:' Hoje, foi um dia passivo por algum tempo, e rodeado de fortes e triste emoções por outro. Não fiz nada fora do normal, apenas, meus pais o fizeram. Eles brigaram, é, como de costume. Mas dessa vez foi definitivo, pude vê-los discutindo pelo dia todo, não me dei bem conta de qual seria o assunto, mas é, eles não pararam. E ainda fiquei mais triste ainda por eu saber, que, eles, não são, os melhores pais do mundo, nem pra mim, nem pra ninguém. Como queria que isso existisse, mas isso talvez aconteça por nós, também não sermos os melhores filhos.
Gostaria d epoder buscar inspiração neles, ou mais que isso, me espelhar neles em busca de conselhos simples, mas que fazem a diferença, seria tão bom vê-los como um exemplo... Pena que isso eu ainda não consegui concretizar, e nem espero. Ainda mais agora que, eles estão separados! Agora entendo o estranho fato de eu sempre me inspirava em muitos artistas para a maioria dos meus atos.
Mas apesar de tudo isso, eles me ensinaram boas coisas sim, bons atos, e alguma coisa de ética, mas ainda assim, me ensinaram a atitude sentimental mais linda do ser humano, o ato de amar verdadeiramento, de todas as formas.'

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Sensações límpidas,


Os meus sapatos venho a deixar,
Refrescante brisa toma conta de mim,
Numa tarde pré luar,
Desejáveis sensações, venham sim!
Bem na frente e sentada a beira mar,
Suas ondas trazem os frutos do sangue,
Teu barulho acalma minha alma,
Traz felicidade plena, esperança de chance.
Sorrisos espontâneos curam meus traumas,
Sinto meu coração leve,
Fecho meus olhos, posso me sintir livre,
Assim meu interior se alegra em breve.
A noite chega de mansinho,
A lua traz um brilho de cristal,
Este e o mar se abraçam de pertinho,
Oh! Que magia natural!
Que receio de te abranger mais ainda de perto,
De te tocar em plena escuridão,
Mas do que mais posso estra certo,
É de que minha alma esta lavada em sua relação.